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Analistas preveem que Leão XIV manterá a linha pastoral de Francisco, com ênfase na justiça social e na ecologia, mas adotará um tom mais reservado
Na tarde desta quinta-feira, 8 de maio, a fumaça branca subiu da chaminé da Capela Sistina, anunciando ao mundo a eleição do 267º Papa da Igreja Católica: o cardeal americano Robert Francis Prevost, que adotou o nome Leão XIV. Pela primeira vez na história milenar da Igreja, um norte-americano assume a Cátedra de São Pedro, um marco que reflete a crescente globalização do catolicismo e a influência do Papa Francisco, que nomeou Prevost cardeal em 2023 e moldou um Colégio Cardinalício mais diverso. Aos 69 anos, Leão XIV, um agostiniano com raízes em Chicago e vasta experiência missionária no Peru, emerge como uma figura de equilíbrio entre continuidade e adaptação, prometendo liderar a Igreja em um mundo marcado por polarizações, secularismo e desafios éticos. Esta matéria explora o histórico de Prevost, os dados do conclave, sua ideologia e as perspectivas para seu pontificado, com base nas informações disponíveis até a data atual.
Nascido em 14 de setembro de 1955, em Chicago, Robert Francis Prevost é filho de pais de origem sa e espanhola, o que lhe confere uma identidade cultural latina que ressoa com a América Latina, onde ou quatro décadas de sua vida. Formado em Matemática pela Universidade Villanova em 1977, Prevost ingressou na Ordem de Santo Agostinho (OSA), fazendo votos solenes em 1981 e sendo ordenado sacerdote em 1982, aos 27 anos. Sua trajetória acadêmica inclui um doutorado em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, em Roma, o que o preparou para papéis istrativos na Igreja. Entre 1985 e 1998, trabalhou no Peru como pároco, professor de seminário e vigário judicial na Arquidiocese de Trujillo, ganhando reputação como um missionário dedicado aos pobres. De volta aos EUA, foi eleito provincial da Província Agostiniana de Chicago em 1998 e, em 2001, tornou-se prior geral da ordem agostiniana mundial, cargo que ocupou por dois mandatos até 2013, demonstrando habilidade como líder global.
A ascensão de Prevost na hierarquia eclesiástica ganhou força em 2014, quando o Papa Francisco o nomeou apostólico da Diocese de Chiclayo, no Peru, e, um ano depois, bispo diocesano. Em Chiclayo, Prevost navegou um cenário polarizado entre bispos alinhados à teologia da libertação e outros próximos ao Opus Dei, posicionando-se como um moderador. Sua atuação lhe rendeu cargos na Conferência Episcopal Peruana, como vice-presidente de 2018 a 2023 e presidente da Comissão de Educação e Cultura. Em 2023, Francisco o convocou ao Vaticano como prefeito do Dicastério para os Bispos, um dos cargos mais influentes da Cúria Romana, responsável pela nomeação de bispos em todo o mundo. No mesmo ano, foi elevado a cardeal, recebendo a diaconia de Santa Monica degli Agostiniani e, em fevereiro de 2025, a sé suburbicária de Albano, um sinal de sua crescente proeminência.
O conclave de 2025, iniciado em 7 de maio após a morte de Francisco em 21 de abril, foi um dos mais rápidos dos últimos tempos, durando apenas dois dias. Dos 135 cardeais eleitores com menos de 80 anos, 133 participaram, com dois ausentes por problemas de saúde. A eleição de Prevost, anunciada pelo cardeal protodiácono Dominique Mamberti, reflete a influência do "partido de Francisco", já que 80% dos eleitores foram nomeados pelo pontífice argentino. A escolha de um americano, porém, surpreendeu, dado o receio histórico de que um Papa dos EUA pudesse ser percebido como alinhado à superpotência global. Segundo o vaticanista Marco Politi, a experiência internacional de Prevost, especialmente na América Latina, e sua discrição o tornaram um "pontificável" ideal, superando o estigma de sua nacionalidade. Posts no X, como os do @VaticanNews, destacam que Prevost foi visto como um "ato de confiança em Cristo", enquanto @Coppenhagga o descreveu como "moderado e conciliador".
A escolha do nome Leão XIV é simbólica. Inspirado em Leão XIII (1878-1903), autor da encíclica *Rerum Novarum*, que abordou a questão social no contexto da Revolução Industrial, Prevost sinaliza uma intenção de enfrentar os desafios contemporâneos com abertura e pragmatismo. Em 2013, o sociólogo Luiz Alberto Gomez de Souza já previa que o nome Leão XIV poderia indicar um Papa transformador, capaz de dialogar com questões modernas, como desigualdade, gênero e secularismo. A decisão de Prevost reforça essa expectativa, sugerindo que ele buscará equilibrar a tradição católica com respostas às demandas do século XXI.
Ideologicamente, Leão XIV é descrito como um moderado com inclinações reformistas, mas sem o carisma extrovertido de Francisco. Sua visão pastoral, moldada por anos no Peru, enfatiza a proximidade com os pobres e migrantes, como expresso em sua entrevista de 2024 ao Vatican News: "O bispo não deve ser um pequeno príncipe, mas alguém que caminha com o povo, sofre com ele." Alinhado ao espírito do Sínodo sobre a Sinodalidade, Prevost defende uma Igreja mais participativa, onde leigos e clérigos tenham voz. No entanto, suas posições sobre questões sociais são matizadas. Em 2012, como bispo em Chiclayo, opôs-se à inclusão de estudos de gênero nas escolas peruanas, chamando a "ideologia de gênero" de "confusa" por "criar gêneros que não existem". Ele também expressou reservas sobre o "estilo de vida homossexual" e famílias formadas por casais do mesmo sexo, posicionando-se de forma menos acolhedora que Francisco, que famosamente disse: "Quem sou eu para julgar?" Apesar disso, aliados como o padre Michele Falcone, da Ordem de Santo Agostinho, descrevem Prevost como alguém que "encontra as pessoas onde elas estão", sugerindo uma abordagem pastoral flexível.
A eleição de Prevost não está isenta de controvérsias. Em 2000, como chefe da ordem agostiniana no Meio-Oeste dos EUA, ele aprovou a transferência do padre James Ray, acusado de abusos contra menores, para um mosteiro próximo a uma escola católica em Chicago, sem notificar a instituição. Embora Ray estivesse sob monitoramento e a Igreja tenha adotado regras mais rígidas em 2002, o caso, revelado pelo *Chicago Sun Times* em 2021, levanta questões sobre a responsabilidade de Prevost. No Peru, uma investigação sobre supostas irregularidades em Chiclayo foi encerrada pelo Vaticano, mas reaberta sob um novo bispo, alimentando críticas de movimentos católicos locais desmantelados por Francisco. Apoiadores de Prevost alegam que ele é alvo de campanhas difamatórias, mas essas sombras podem desafiar sua capacidade de liderar uma Igreja ainda marcada por escândalos de abuso.
Os impactos do pontificado de Leão XIV dependerão de como ele navegará as divisões internas da Igreja e os desafios globais. Com 1,4 bilhão de católicos, a Igreja enfrenta um mundo em transformação: o crescimento do catolicismo na África e Ásia, o declínio na Europa, e questões éticas como inteligência artificial, mudança climática e desigualdade social. A experiência de Prevost na América Latina, onde 40% dos católicos vivem, o posiciona para fortalecer a Igreja no Sul Global. Sua fluência em espanhol, inglês e italiano, aliada à sua formação em Direito Canônico, sugere uma liderança pragmática, capaz de reformar a Cúria Romana, um dos legados inacabados de Francisco. No entanto, sua nacionalidade americana pode gerar desconfiança em regiões sensíveis à influência dos EUA, como o Oriente Médio e a China, onde o acordo de 2018 sobre nomeações de bispos permanece frágil.
Analistas preveem que Leão XIV manterá a linha pastoral de Francisco, com ênfase na justiça social e na ecologia, mas adotará um tom mais reservado. Raúl E. Zegarra, professor de teologia em Harvard, observa que Prevost entende que "o centro da Igreja não está no Atlântico Norte", o que pode levar a uma descentralização do poder eclesiástico. No entanto, sua visão menos progressista sobre questões de gênero e sexualidade pode alienar setores liberais, enquanto sua moderação pode não satisfazer a ala ultraconservadora, liderada por figuras como o cardeal Raymond Leo Burke. A escolha de um Papa americano também levanta questões geopolíticas: segundo o site *Crux*, há temores de que a CIA possa tentar influenciar o Vaticano, embora a trajetória internacional de Prevost minimize essas preocupações.
No Brasil, onde sete cardeais participaram do conclave – um recorde histórico –, a eleição de Leão XIV é vista com otimismo por figuras como Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus. A proximidade de Prevost com a América Latina pode fortalecer iniciativas como a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), que promove a proteção da Amazônia. No entanto, o conservadorismo de Prevost em questões morais pode gerar tensões em um país onde temas como aborto e direitos LGBTQIA+ estão em debate.
O pontificado de Leão XIV começa em um momento de incerteza e esperança. Sua eleição, saudada por multidões na Praça de São Pedro, marca o início de uma nova era para a Igreja. Com um estilo descrito como "tranquilo e humilde" por posts no X, como o de @BlogdoNoblat, Prevost terá a tarefa de unir uma Igreja dividida, dialogar com um mundo secularizado e responder às expectativas de renovação sem perder a essência da tradição. Se conseguir, Leão XIV poderá não apenas consolidar o legado de Francisco, mas também redefinir o papel do papado no século XXI. O mundo observa, e a Igreja, mais uma vez, se reinventa sob o peso da história e a promessa de um futuro incerto.